O mundo seria melhor se as 'mães do mundo' lessem esse artigo. Boa leitura.
Sem
ter consciência dos seus atos - e frequentemente em nome do amor -
muitas mães exercem uma enorme influência e podem causar efeitos
devastadores na vida futura de seus filhos
COMPETIÇÃO
Todos nós reproduzimos nossa vida familiar fora de
casa. As mães, por sua vez, repetem o que suas as mães fizeram com elas
ou agem exatamente do modo oposto, sem nenhuma atitude intermediária. A
sexóloga Sandra Reishus defende que a vida dos filhos é influenciada
pela combinação de três fatores: pelas experiências às quais estão
expostos, pelo temperamento e estilo de vida dos pais e pelo DNA. É
claro que não há uma receita de bolo para determinar como um filho vai
ser, mas é possível especular. Em situações em que a filha gosta da mãe,
mas não quer ser como ela, costuma fazer exatamente o oposto do que ela
faria.
Em outras circunstâncias, se a filha acredita que a mãe é
correta porque viveu toda uma vida dedicada à prole, muitas vezes não
percebe que esta é uma visão equivocada. Também acontecem na vida real
aquelas histórias de filme, em que a mãe malvada faz de tudo para
terminar o romance indesejado do filho, e ele não percebe porque não
consegue aceitar os pontos fracos de quem o deu à luz e acredita que ela
é a imagem da bondade. Pode acontecer também de a filha dar um rumo à
própria vida totalmente diferente do da mãe. Ela faz isso, por exemplo,
concluindo doutorado enquanto a mãe não pôde estudar, ou optando por não
ter filhos, ao passo que sua mãe teve quatro.
As descrições de algumas mães revelam traços de personalidades
comuns enumeradas por Sandra Reishus, como as problemáticas e
manipuladoras, que causam problemas para as filhas apesar do amor que
dizem sentir. As que são grudadas na filha não vêem diferenças entre
elas, acreditando que as filhas são simples continuações suas, sem vida
própria.
Essas moças acabam perdendo a individualidade se estão longe da
mãe. A do tipo ciumento tem mais facilidade para se relacionar com a
filha na infância, mas, à medida que o tempo passa, fica com medo
de que a filha viva de forma diferente
da sua e ache que essa maneira é melhor. Em alguns casos, ela pode
chegar até a se sentir mal com as conquistas da filha.
ELOGIOS
Mas nem tudo são críticas. Em seu livro Elogio às mães
más, a conselheira conjugal e terapeuta de casais Catherine Serrurier
defende que ser mãe, particularmente hoje, não é uma tarefa tão simples,
e recusar a sê-lo é menos ainda. Ela defende que mulheres que de alguma
forma negam a maternidade podem ser mais normais do que aquelas que a
engendram. Para Catherine, a evolução dos costumes familiares,
econômicos e sociais no mundo ocidental tornam a condição materna hoje
muito perigosa.
Além disso, enganase quem pensa que, a partir do momento que a
mulher está grávida e que parece ou diz aceitar sua gravidez, ela será
uma boa mãe. Isso porque muitas mulheres desejam estar grávidas, mas não
querem ou não estão necessariamente preparadas para serem mães. E esses
sentimentos se confundem. De acordo com a autora, quando, em uma
sociedade mista, ensina- se para as mulheres que elas podem fazer tudo,
que tudo lhes é permitido ao se tornarem adultas - carreira, esportes,
viagens -, que a inteligência pode compensar a solidão e o dinheiro pode
substituir a força física, por que as mulheres aceitariam ser mães?
Outro mito que acompanha a mulher e que influencia a relação mãe-filhos,
é o de que depois de dar à luz a mulher passa a ser sagrada.
O mito da mãe infinitamente boa, santa e virgem - para alguns,
Ísis, que procriou por meio de magia, ou a própria Virgem Maria - é uma
constante cultural. Em Elogio às mães más, a escritora trata de mães que
têm um filho como se tem uma boneca ou um cachorro e daquelas que fazem
um filho para se ligar a um homem ou aprisioná-lo caso ele ameace
fugir. Trata ainda das que têm crianças para dominá-las ou martirizálas,
porque é a única coisa que elas conseguem controlar. Pondera também que
muitas vezes, quando se torna mãe, a filha valida a maternidade de sua
própria mãe, confortando-a em sua ação.
É por isso que constantemente vemos mães medíocres se tornarem
excelentes avós. Muitas mulheres também confundem o desejo de serem mães
com o de ter um filho que possa reparar a sua infância. Para Catherine
Serrurier, o único meio de filtrar a loucura de pais neuróticos é
compreender o que está acontecendo, reconciliar- se consigo mesmo e com
seus pais. Tudo isso varia de acordo com o grau de incômodo que a
relação provoca. Quanto às mães, muitas vezes não se dão conta de suas
atitudes, ou simplesmente acreditam estar certas o suficiente para não
mudá-las. Não é uma tarefa fácil, mas reconhecer a existência de um
problema é o primeiro passo para resolvê-lo.
Fonte: http://migre.me/gmdDy
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