terça-feira, 22 de outubro de 2013

PODEROSAS E PERIGOSAS

O mundo seria melhor se as 'mães do mundo' lessem esse artigo. Boa leitura.
 


Sem ter consciência dos seus atos - e frequentemente em nome do amor - muitas mães exercem uma enorme influência e podem causar efeitos devastadores na vida futura de seus filhos



COMPETIÇÃO 

Todos nós reproduzimos nossa vida familiar fora de casa. As mães, por sua vez, repetem o que suas as mães fizeram com elas ou agem exatamente do modo oposto, sem nenhuma atitude intermediária. A sexóloga Sandra Reishus defende que a vida dos filhos é influenciada pela combinação de três fatores: pelas experiências às quais estão expostos, pelo temperamento e estilo de vida dos pais e pelo DNA. É claro que não há uma receita de bolo para determinar como um filho vai ser, mas é possível especular. Em situações em que a filha gosta da mãe, mas não quer ser como ela, costuma fazer exatamente o oposto do que ela faria.

Em outras circunstâncias, se a filha acredita que a mãe é correta porque viveu toda uma vida dedicada à prole, muitas vezes não percebe que esta é uma visão equivocada. Também acontecem na vida real aquelas histórias de filme, em que a mãe malvada faz de tudo para terminar o romance indesejado do filho, e ele não percebe porque não consegue aceitar os pontos fracos de quem o deu à luz e acredita que ela é a imagem da bondade. Pode acontecer também de a filha dar um rumo à própria vida totalmente diferente do da mãe. Ela faz isso, por exemplo, concluindo doutorado enquanto a mãe não pôde estudar, ou optando por não ter filhos, ao passo que sua mãe teve quatro.
As descrições de algumas mães revelam traços de personalidades comuns enumeradas por Sandra Reishus, como as problemáticas e manipuladoras, que causam problemas para as filhas apesar do amor que dizem sentir. As que são grudadas na filha não vêem diferenças entre elas, acreditando que as filhas são simples continuações suas, sem vida própria.
Essas moças acabam perdendo a individualidade se estão longe da mãe. A do tipo ciumento tem mais facilidade para se relacionar com a filha na infância, mas, à medida que o tempo passa, fica com medo de que a filha viva de forma diferente da sua e ache que essa maneira é melhor. Em alguns casos, ela pode chegar até a se sentir mal com as conquistas da filha. 

ELOGIOS
Mas nem tudo são críticas. Em seu livro Elogio às mães más, a conselheira conjugal e terapeuta de casais Catherine Serrurier defende que ser mãe, particularmente hoje, não é uma tarefa tão simples, e recusar a sê-lo é menos ainda. Ela defende que mulheres que de alguma forma negam a maternidade podem ser mais normais do que aquelas que a engendram. Para Catherine, a evolução dos costumes familiares, econômicos e sociais no mundo ocidental tornam a condição materna hoje muito perigosa.

Além disso, enganase quem pensa que, a partir do momento que a mulher está grávida e que parece ou diz aceitar sua gravidez, ela será uma boa mãe. Isso porque muitas mulheres desejam estar grávidas, mas não querem ou não estão necessariamente preparadas para serem mães. E esses sentimentos se confundem. De acordo com a autora, quando, em uma sociedade mista, ensina- se para as mulheres que elas podem fazer tudo, que tudo lhes é permitido ao se tornarem adultas - carreira, esportes, viagens -, que a inteligência pode compensar a solidão e o dinheiro pode substituir a força física, por que as mulheres aceitariam ser mães? Outro mito que acompanha a mulher e que influencia a relação mãe-filhos, é o de que depois de dar à luz a mulher passa a ser sagrada.
O mito da mãe infinitamente boa, santa e virgem - para alguns, Ísis, que procriou por meio de magia, ou a própria Virgem Maria - é uma constante cultural. Em Elogio às mães más, a escritora trata de mães que têm um filho como se tem uma boneca ou um cachorro e daquelas que fazem um filho para se ligar a um homem ou aprisioná-lo caso ele ameace fugir. Trata ainda das que têm crianças para dominá-las ou martirizálas, porque é a única coisa que elas conseguem controlar. Pondera também que muitas vezes, quando se torna mãe, a filha valida a maternidade de sua própria mãe, confortando-a em sua ação.
É por isso que constantemente vemos mães medíocres se tornarem excelentes avós. Muitas mulheres também confundem o desejo de serem mães com o de ter um filho que possa reparar a sua infância. Para Catherine Serrurier, o único meio de filtrar a loucura de pais neuróticos é compreender o que está acontecendo, reconciliar- se consigo mesmo e com seus pais. Tudo isso varia de acordo com o grau de incômodo que a relação provoca. Quanto às mães, muitas vezes não se dão conta de suas atitudes, ou simplesmente acreditam estar certas o suficiente para não mudá-las. Não é uma tarefa fácil, mas reconhecer a existência de um problema é o primeiro passo para resolvê-lo.


Fonte: http://migre.me/gmdDy

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