sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Na rica Hong Kong, gaiola serve de casa para os miseráveis


Para muitas das pessoas mais abastadas de Hong Kong, uma das cidades mais ricas da Ásia, o lugar que chamam de casa é uma mansão com uma vista abrangente do Pico Victoria. Para alguns dos mais pobres, como Leung Cho-yin, a casa é uma gaiola de metal.
O ex-açougueiro de 67 anos, paga 1,3 mil de Hong Kong (US$ 167) por mês para morar em uma das cerca de dez de gaiolas de arame amontoadas em um apartamento em ruínas no bairro de Kowloon. As gaiolas, empilhadas em cima uma das outra, medem cerca de 1,5 m².
Para manter os percevejos longe, Leung e seus companheiros de quarto colocam almofadas finas, esteiras de bambu, e até mesmo piso impermeável velho nas tábuas de madeira em suas gaiolas em vez de colchões.
"Eu já fui mordido tantas vezes que já me acostumei ", disse Leung, arregaçando a manga de seu casaco de lã azul para revelar uma marca vermelha em sua mão. "Não há nada que você possa fazer a respeito. Eu tenho que viver aqui. Eu tenho que sobreviver."
Cerca de 100 mil vivem em habitações inadequadas nessa antiga colônia britânica, de acordo com a Sociedade de Organização Comunitária, um grupo de bem-estar social.
A categoria também inclui apartamentos subdivididos em cubículos minúsculos ou preenchidos com caixas de madeira e metal para dormir. Eles são um contraponto sombrio à riqueza desta cidade chinesa.
Forçados pelo aumento dos preços de moradias a viver em locais apertados, sujos e com pouca segurança, sua situação também ressalta uma das maiores dores de cabeça que enfrenta o impopular líder de Hong Kong apoiado por Pequim: a crescente raiva pública sobre a crise habitacional do município.
Leung Chun-ying assumiu como executivo-chefe de Hong Kong em julho prometendo fornecer habitação mais acessível em uma tentativa de amenizar a insatisfação da população. Os preços das casas aumentaram 23% nos primeiros 10 meses de 2012 e dobraram desde 2008, durante a crise financeira mundial, segundo informações do Fundo Monetário Internacional (FMI). Aluguéis também seguiram uma trajetória similar.
Em seu discurso inaugural em janeiro, o executivo-chefe disse que a incapacidade da classe média em comprar casas representava uma ameaça para a estabilidade social e prometeu que combater o déficit habitacional seria sua prioridade.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

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